A Igreja e a Perseguição Religiosa
A Igreja
MaldivasO cristianismo teria chegado às Ilhas Maldivas através dos portugueses, na segunda metade do século XVI, que tinham interesses comerciais nas ilhas. Os portugueses permaneceram ali por apenas 15 anos. As tentativas de cristianizar as Maldivas por parte de portugueses, holandeses e britânicos foram sem sucesso.
Acredita-se que o cristianismo seja praticado apenas por turistas e trabalhadores estrangeiros. Basicamente, os cultos são realizados por pequenos grupos que se reúnem em casas para leituras bíblicas informais. Os cristãos maldívios têm ligações históricas com as igrejas do Sri Lanka, especialmente com os católicos.
A Perseguição
De acordo com a constituição de 2008, o islamismo é a religião oficial das Maldivas, seu sistema legal baseando-se na legislação islâmica (sharia). Os direitos individuais são reconhecidos, mas não podem contrariar o islã: é estritamente proibido aos cidadãos maldívios praticar outras religiões que não a muçulmana. Consequentemente, a evangelização é totalmente proibida. Os estrangeiros podem praticar sua fé, mas somente na esfera privada. Além disso, a constituição proíbe os não-muçulmanos de votar e de ocupar cargos públicos.
De acordo com o artigo 36 da constituição, é imperativo que os pais e o estado forneçam educação primária e secundária às crianças e que tal educação seja baseada na religião islâmica, mesmo que os pais não sejam adeptos do islamismo.
Até 1985, não havia cristãos conhecidos entre o povo maldívio, porém, nos últimos anos, pequenos grupos de novos convertidos têm se reunido para cultuar a Deus e estudar a Bíblia.
De acordo com a organização inglesa Christian Solidarity Worldwide, 50 cristãos maldívios foram presos devido à sua fé. As autoridades muçulmanas decidiram buscá-los e prendê-los após a transmissão de um programa cristão de rádio, na língua local. Na cadeia, o grupo foi pressionado a renunciar à fé cristã e a retornar ao islamismo. Segundo informações, esses cristãos ainda foram forçados a participar de orações islâmicas e a ler o Alcorão.
Os cristãos maldívios não ficaram surpresos com as prisões. Eles haviam lido sobre a perseguição na Bíblia, mas sabiam que o poder, o amor e a presença de Deus estariam com eles, auxiliando-os a superar aquela situação. A fé daquele grupo provocou forte impacto sobre os demais maldívios. Pela primeira vez, viram seus compatriotas persistirem voluntariamente na fé cristã, apesar dos sacrifícios, sofrimentos e hostilidades. Além da perseguição oficial, os cristãos também costumam ser marginalizados por suas famílias e muitos perdem seus empregos.
As Maldivas podem ser um paraíso turístico, mas há padrões culturais muito sombrios debaixo da aparência idílica e o perdão é algo raro. Além disso, as pessoas acreditam e se desesperam com o inferno, pois no islamismo há pouca esperança de se alcançar o céu. Na fé muçulmana, não há cruz, ressurreição ou salvação, e são poucos os sinais que indicam interesse ou amor de Deus pelo indivíduo.
Atualmente, os maldívios estão começando a reconhecer que o poder de decidir qual é a suprema verdade para todos os cidadãos não deveria estar nas mãos de alguns poucos indivíduos.